Tranças - Auto estima, história e superação

As tranças sempre fizeram parte da história dos cabelos femininos e de uma pequena porção dos cabelos masculinos, mas o que muito gente não sabe, é que na cultura afro, as tranças vão muito além da tendência ou estética.
Daiane e eu, tivemos o privilégio de conversar com a Thaís (Mona) @nailah_thais e também com a Ana (Mana) @anapigato . Elas, em um bate papo descontraído, nos mostrou uma profundidade sobre o assunto e também uma superação diária na luta contra o racismo, que muitas vezes acontece dentro da própria família e as histórias de ajuda na auto estima de tantas mulheres.





A partir de agora vou colocar aqui a minha experiência com a conversa que tivemos com as meninas.
Comecei a pesquisar um pouco, por conta da polêmica de “apropriação cultural” que tanto tem se falado na internet. Este assunto para mim se tornou um misto de polêmica e também de espanto por algumas pessoas serem tão radicais e acharem um absurdo que pessoas brancas usassem tranças, onde fica a liberdade de expressão!?!?!
Então a melhor saída para mim, foi conversar abertamente com a Ana e a Thais e ouvir pela visão da menina preta (como elas mesmas mencionam) e ver todos os lados de uma história realmente profunda e cruel.
Confere neste vídeo nossa conversa e o relato diário de luta e superação.


A Ana e a Thais são meninas que pensam para frente. Elas não se colocam em nenhum momento como vitimas da situação, mas se posicionam de maneira a ter e exigir seus direitos e cumprir com seus deveres. Elas nos inspiram a olhar pela visão do outro, sentir o que o outro sente, e principalmente, empoderar mulheres independente de raça e cor.
Quanta admiração eu tenho por elas.
Voltando um pouco as tranças e a “apropriação cultural”, Ana e Thais são enfáticas em dizer (como eu também penso), que o problema não é uma pessoa branca usar as tranças no cabelo, mas pensar que aquele penteado é apenas “bonito” ou esta na “moda”.
Quando relataram a história por trás das tranças tipo Nagô, fiquei com nó na garganta.
Confere por aqui também alguns tipos de tranças.

Tranças Nagô

As tranças Nagô são tranças feitas deste a raiz do couro cabeludo e podem ir de desenhos simples aos mais elaborados. Na cultura africana, estas tranças simbolizam também estado civil e até classe social. No Brasil o relato nos tempos da escravidão era de que o mapa do quilombo era feito na cabeça de algumas mulheres através da trança nagô, pois não poderia ter nada nas mãos no momento da fuga. Outra curiosidade é que algumas mulheres trançavam os cabelos e no meio das tranças eram colocados grãos, pois não sabiam na fuga para o quilombo, quanto tempo ficariam sem se alimentar.

Tranças Box Braids

As tranças Box Braids, são feitas individualmente no cabelo para agregar volume e/ou comprimento. Muitos são os materiais usados para este fim, mas os principais são: kanekalon, jumbo e lã.
Este tipo de trança além de possibilitar a mudança de cor e material usado, possibilita o uso de diversos penteados principalmente por conta do comprimento agregado aos fios naturais.
A durabilidade de uma trança desta varia, mas a média é de até 3 meses, e os cuidados básicos são o uso de shampoo anti resíduos e também da touca de cetim na hora de dormir para evitar o frizz.

Trança Raiz e Boxeadora
A trança raiz nada mais é do que uma trança nagô, mas tem as suas variações. Elas podem ser a raiz escama de peixe e a tão famosa trança boxeadora.
Aqui a sua criatividade fala mais alto e você pode fazer da maneira que mais gostar.



Se formos falar de variedade de tranças, este post não teria fim. O principal mesmo foi o alerta sobre a questão cultural envolvida.
Quando você escolher usar tranças, seja por vaidade, tendência ou até mesmo porque gosta, sempre respeite a história envolvida.
Procure por uma trancista profissional como a Mana e a Mona e aproveite seu novo visual.
Que tal post assim?
Me conta aqui nos comentários e me deixe sugestões.
Beijos.